domingo, 18 de junho de 2017

Instinto

        O filme Instinto relata a história de um homem que vive em meio aos animais e a natureza demonstra possíveis mudanças psicológicas e comportamentais, através do convívio com os magníficos seres (gorilas) que acolhem-no como um membro de sua própria família, defendem a estranha criatura que agora está entre eles, a criatura que seria uma espécie não muito diferente, mas evoluída. Porém, através de manifestações de afeto, o homem e os gorilas se relacionam de um modo em que ambos conhecem ao outro e a si mesmos. O homem não se torna um animal, mas convive com eles.
         Na decorrência do filme, ele prova que com a evolução da espécie, o homem foi perdendo suas características instintivas e comprova a teoria que diz que quase todo o comportamento humano é aprendido. O processo evolutivo fez com que as características de sobrevivência naturais do ser humano desaparecessem quase por completo.
         Na observação do comportamento animal, nota-se a presença de companheirismo. Enquanto os animais protegem-se uns aos outros, nós nos protegemos uns dos outros. A principal perda de valores que só tende a aumentar entre os homens é a busca pelo poder, para alcançar o que deseja o homem age como um predador, eliminando todos os que estiverem a sua frente. O homem pensa que com o poder ele irá alcançar liberdade. E é essa procura por uma verdade surreal que faz com que o ser humano se torne um animal insensato.
        Em consequência da experiência vivida na selva com os chamados primatas, ele criam um vínculo entre homem e animal. O que resulta na morte de dois caçadores que estavam atrás dos animais "selvagens" e "irracionais" quem os mata é Ethan Powell, o homem que viveu entre os gorilas. Ele é levado para um hospital psiquiátrico, onde os homens de lá são como animais agressivos. Ethan despertou a atenção de um jovem médico, ele consegue o que parecia impossível, ajuda o doente a falar e permitem que o soltem de suas algemas.         Durante as sessões de psiquiatria, ele extrai a razão da violência do doente: quando estava na selva na companhia dos gorilas, os animais foram atacados impiedosamente, e na defesa que ele adquiriu por instinto de sua nova família, ele utiliza da violência e mata os caçadores.
        O filme  destaca valores reais da vida humana, como a generosidade, e mostra as ilusões mantidas as cutas de manipulações e o sacrifício da liberdade. A mensagem do filme é muito profunda, pois questiona as mentiras que alimentamos em prisões que nos trancamos pela força e pelo desejo que temos de agradar sempre.
        Por trás de tudo isso, mostra a ideia de que um homem está levando a humanidade para um fim inevitável, através de sofrimento e de ilusão. O homem não sabe lidar com a morte, não aceita viver à mercê dos predadores, não soube aceitar as leis da natureza e quis se manter no topo da cadeia alimentar. E por mérito do seu egoísmo e seu interesse, é assim que nos encontramos nos dias de hoje, a nossa aterradora civilização. 

Análise do filme Instinto

       Qual seria o comportamento “natural” do ser humano? Como o homem pode ir de um estado pleno de amor e carinho para atos de fúria e violência? Abordando a psique humana de uma forma marcante e de certa forma sensível, o filme Instinto (1999) nos traz uma visão antropológica e filosófica da relação humana com o meio ambiente e com sua própria natureza.
      Enquanto assistia ao filme, mergulhei em questionamentos relacionados à raça humana e sua evolução. Será mesmo uma evolução em todos os aspectos? Somos mesmo a “raça dominante”? O filme analisa a evolução da espécie humana, de um ponto de vista onde o homem perde suas características instintivas e naturais, cedendo espaço para um comportamento aprendido e não mais natural. Nessa visão, o homem teria desaprendido a viver na natureza, perdeu características físicas que proporcionassem tal processo.
       O filme retrata a falta de humanidade dos humanos e seu remanescente nos gorilas. Enquanto nenhum outro animal mata por prazer, o ser humano tira a vida de seus semelhantes e também de outros seres vivos sem motivos. Quando Ethan Powell, um dos protagonistas do filme, se encontra em meio a uma comunidade de gorilas, ele percebe a forma pacífica com que os animais interagem, e a sensibilidade dos mesmos quando o acolhem mesmo sendo diferente deles. Isso não acontece entre os humanos. Uma sociedade preconceituosa movida pelo poder. Isso é firmado no filme após uma armação feita por policiais florestais africanos, onde eles fazem de Powell um criminoso louco.
      Achei interessante como o instinto de Powell aflorou. Ele se tornou parte daquele mundo “selvagem”, e não aceitava mais a “civilização”. Com Theo Caulder, psiquiatra e, com o passar do filme, amigo, Powell se abre e acaba ensinando Caulder uma lição de verdadeira humanidade. A violência de Ethan Powell é controlada durante o filme, tomando conta do personagem em momentos onde ele procura defender seus companheiros. Um instinto adquirido com os gorilas.

      Unindo questões científicas e éticas, o filme pode ser chocante em várias cenas, nos fazendo pensar melhor sobre as questões morais que enfrentamos no mundo.